Divina Valéria

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Divina Valéria é uma das artistas mais conhecidas e respeitadas do Brasil.

Cantora de timbre peculiar e intensas emoções na voz, Valéria interpreta seu repertório de uma forma única, sem poupar coração e sentimento.

O melhor da canção brasileira e também clássicos em francês e espanhol fazem parte do repertório habitual de Valéria, que é versátil e também sabe colocar seu canto a serviço dos mais diversos gêneros musicais do mundo.

Transgressora, pioneira e obstinada, Valéria também é famosa fora do Brasil, principalmente em Paris e Montevidéu, tendo público garantido em suas temporadas nessas cidades.

Também se apresentou com grande sucesso em toda a Europa, na Argentina e no Japão, entre outros países.

Ao longo de sua carreira, Valéria atuou em vários cassinos mundo afora, entre os quais Bellevue (Biarritz, França), San Rafael e Conrad (Punta del Este, Uruguai) e Canet Plage (Riviera Francesa), e em grandes casas de espetáculos, como o Olympia de Paris (show beneficente para a Unicef em prol das vítimas de terremoto no México), Moulin Rouge (Florença) e Paradiso (Roma), entre outras.

Assistir a um show de Valéria é uma rara oportunidade de ver em atuação uma lenda viva da história dos espetáculos do Brasil e do mundo.

Crítica de uma de suas apresentações:

https://www.tvshow.com.uy/teatro/barry-maria-callas-noche-aduana.html

BREVE HISTÓRICO

Em 1964, Valéria iniciou sua carreira artística cantando em boates no Rio de Janeiro.

Pouco depois, foi chamada para integrar o elenco do espetáculo "International Set".

Em seguida, esse mesmo elenco estrelou o musical "Les Girls", de Mário Meira Guimarães. "Les Girls" foi um espetáculo pioneiro no gênero.

"Les Girls" foi um grande sucesso de público e crítica. Dali, além de Valéria, surgiram outras artistas que ficaram famosas do Brasil e no mundo, entre as quais Rogéria, Brigitte de Búzios e Marquesa. Depois do Rio de Janeiro, "Les Girls" foi para São Paulo e também para o Sul do país.

Entre os frutos de "Les Girls", Valéria lançou um disco compacto com as músicas que cantava no espetáculo.

Foi também viajando com "Les Girls" que Valéria viajou pela primeira vez para Montevidéu, onde alcançou grande sucesso e tornou-se uma celebridade da noite uruguaia.

Ao longo de sua vida, Valéria retornou a Montevidéu muitas vezes, sendo sempre muito aclamada.
Em 1969, Valéria viajou para a Espanha, onde atuou em boates e no teatro de revista.

Na Espanha, conheceu Coccinelle, que, impressionada com seu talento, lhe deixou uma carta de recomendação para o cabaré Carrousel de Paris.

Valéria viajou a Paris e logo estava contratada para cantar todas as noites no Carrousel e também no Madame Arthur.

Em 1970, passou a integrar a trupe itinerante do Carrousel, com a qual viajou por toda a Europa e alguns países da Ásia, entre os quais o Japão, onde passou uma longa temporada.

De volta ao Brasil em 1972, Valéria causou grande alvoroço.

Embora pretendesse passar apenas um mês no Brasil, Valéria recebeu propostas de trabalho irrecusáveis e ficou no país durante anos, estrelando espetáculos como "Misto Quente", com Agildo Ribeiro e Pedrinho Mattar; "Um homem e uma mulher", com Luís Carlos Miele; "Flávio Confidencial", com Flávio Cavalcanti; "Frescura também é cultura", com Pery Ribeiro, e "Frescuras", com Jane Di Castro e direção de Lennie Dale, entre outros.

Valéria voltou a Montevidéu no final dos anos 1970 e, finalmente, a Paris.

Além de integrar o elenco fixo do Carrousel de Paris e viajar com sua trupe até seu fechamento, no final dos anos 1980, Valéria trabalhou em todas as grandes casas noturnas de Paris, como Alcazar, Rocambole, O Brasil e Chez Plumeau.

Valéria morou em Paris até 2005, mas manteve o hábito de voltar ao Brasil todos os anos, geralmente entre o início do verão e o Carnaval.

No Brasil, Valéria costumava passar bastante tempo em Salvador, onde tornou-se a grande estrela do tradicional Bloco do Jacu.

Desde 2006, Valéria passa a maior parte do tempo morando no Brasil, em São Paulo ou em Salvador, mas continua a viajar pelo mundo frequentemente.
Todos os anos, canta na missa da lavagem da Igreja da Madalena de Paris, momento este muito importante na sua carreira.

Em 2017, estreou o documentário "Divinas Divas", de Leandra Leal, focalizando as artistas travestis brasileiras da geração de Valéria.

"Divinas Divas" foi um grande sucesso de público e de crítica, muito premiado em festivais, e uma consagração absoluta de suas protagonistas, que viajaram pelo Brasil e pelo mundo fazendo sua divulgação.
No ano seguinte, Valéria foi a representante do filme em seu lançamento no Japão. Recebida como uma grande estrela internacional, foi entrevistada pelos principais veículos de comunicação locais e realizou algumas apresentações para divulgar o longa-metragem.

A partir de "Divinas Divas", Valéria passou a se dedicar ao cinema e participou de vários filmes.
"Marie", de Leo Tabosa - que lhe valeu um Kikito no Festival de Gramado em 2018, entre outros prêmios; "Lili e as Libélulas", de René Guerra, e "A senhora que morreu no trailer", dos Albertos (Alberto Camarero e Alberto de Oliveira) são alguns deles.
No início de 2020, o espetáculo "Divinas Divas" foi definitivamente consagrado ao ser apresentado no palco do Theatro Municipal de São Paulo como parte da programação do Festival Verão Sem Censura.
Com mais de cinquenta anos de carreira artística, reconhecida mundialmente, Valéria continua a brilhar nos palcos cantando e encantando seu público.
Hoje, Valéria transcendeu o limite do transformismo para tornar-se uma grande atriz, cantora e intérprete.